Prometeu é um titã da mitologia grega, que roubou o fogo do Olimpo e o presenteou aos humanos, que ele mesmo havia criado a partir da argila. Para castigá-lo, Zeus o condenou a ter o fígado comido por uma águia e logo regenerado, apenas para ser novamente comido. Um grande e interminável sofrimento.
O fogo permitiu à humanidade cozinhar seus alimentos, fabricar os tijolos de suas casas, produzir suas ferramentas, armas e utensílios cerâmicos ou de metais. Está na base de um sem-número de tecnologias e viabilizou a ocupação de regiões mais frias do que as inicialmente habitadas por humanos, aquecendo casas e pessoas durante os invernos. A grande expansão da população humana, desde o século 19, ocorreu quando a humanidade aprendeu a extrair e queimar combustíveis fósseis.
Mas o fogo também destrói: queimou e continua queimando casas e palácios, paióis cheios de alimentos, lavouras e florestas, uma infinidade de bens materiais. Destruiu patrimônios culturais como o Museu Nacional situado no Rio de Janeiro e partes da Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Também matou ou desfigurou pessoas comuns e milhares de condenados, inclusive notáveis como Joana d’Arc e Giordano Bruno.
Portanto o fogo resume o principal problema de qualquer tecnologia, que é a coexistência de benefícios e riscos. Apesar dos grandes riscos, ninguém propôs até hoje o banimento do uso do fogo pelos seres humanos. O que se faz é procurar reduzir os riscos, e substituir o uso do fogo sempre que possível, como ocorre atualmente no processo de eletrificação dos meios de transporte.
Conhecemos atualmente muitas maneiras de confinar e controlar o fogo, mas todos os dias recebemos novas notícias da sua ação destruidora, queimando florestas, plantações, casas e armazéns, e matando pessoas e animais, em muitos lugares diferentes espalhados por todo o planeta. São muitas as causas de todo esse desastre, desde o clima até o crime, passando por pequenas e grandes negligências, pelo descumprimento de normas bem conhecidas, pela ignorância de soluções para a prevenção dos incêndios ou ainda pelo alto custo de sistemas de proteção contra o fogo, que chega a inviabilizar sua aplicação.
